Filha de Francisco de Habsburgo-Lorena, último imperador do Sacro Império Romano-Germânico e primeiro imperador da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa de Bourbon-Sicília, Leopoldina Carolina Josefa de Habsburgo-Lorena nasceu a 22 de janeiro de 1797, já com o título de arquiduquesa da Áustria, como as demais princesas da Casa Imperial. Nascia membro de uma dinastia secular, que reunia tradição, poder e cultura; que matinha seu trono e a autoridade imperial, entre outras razões, por ter sabido atualizar-se diante de uma Europa em transformação, reconhecendo, desde Leopoldo II, que:
"[...] hoje em dia, quando um dos nossos herda um trono já não se trata, como outrora, de uma propriedade devidamente adquirida - mas sim de um cargo, de uma pesada incubência e é preciso quebrar-se a cabeça para reinar tanto quanto possível de acordo com os desejos dos seus súditos"
Do ponto de vista externo, os Habsburgos notabilizaram-se por estender sua influência por meio da mais hábil política de casamentos entre as casas reais. O destino de Leopoldina foi traçado por essa política: deveria casar-se com d. Pedro de Bragança e Bourbon, filho e herdeiro de d. João VI, rei de Portugal, do Brasil e do Algarves. A aliança era vantajosa para ambos os lados. Para Portugal, significava uma possibilidade de escapar à dependência da Inglaterra. À casa da Áustria, permitia fazer-se presente, por meio da futura rainha, num dilatado império, que incluía uma promissora terra americana recentemente elevada a reino unido - o Brasil.