O Escravo liberto que se tornou Engenheiro e líder Abolicionista


Dr. José Agostinho dos Reis (1853-1929) foi um engenheiro, professor e jornalista paraense.

Nascido em Belém em 1853, José Agostinho dos Reis construiu a sua vida entre a cidade natal e o Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1929. Segundo relatos do próprio Agostinho, ele nasceu escravizado e foi alforriado pela mãe , a quitandeira Leonarda Maria de Jesus Portugal. Ainda em Belém, tem a formação educacional inicial em espaços escolares católicos, relação que, inclusive, permitiu que ele conseguisse sair do Pará e ir para o Rio de Janeiro cursar engenharia onde ganha o grau de Doutor em Sciencias Physicas e Naturaes o bacharel em Sciencias Physicas e Mathematicas.

Na corte Imperial, se torna professor substituto de economia politica da Escola Politécnica e do Liceu de Artes e Ofícios, sem perder relações com Belém.

Uma vez estabelecido como engenheiro, Agostinho entra para o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro. Compartilhou com André Rebouças não só os espaços acadêmicos mas também a luta abolicionista. No dia da fundação da Associação Abolicionista da Politécnica em 1883, ele chocou os colegas ao revelar seu segredo de infância. "Vós não sabeis que o vosso colega e o vosso lente nasceu escravo"

Delegado da Confederação Abolicionista nas províncias do Ceará, Amazonas e Pará,  trabalhou com desusado ardor , levando aos centros mais longinquos a idéia da abolição.

Ativo abolicionista no Pará , pronunciou no Teatro da Paz em 1884 ano da Abolição da Escravidão no Amazonas, uma série de conferências sobre o tema “A Redempção da Amazônia , pelo ensino pratico e o trabalho livre"

Se candidatou várias vezes pelo Partido Conservador e depois se vinculou ao Partido Democrático Republicano. Foi redator dos jornais Abolicionistas "Estado do Pará", "O Democrata" e "Pacotilha"

Católico devoto foi autor do livro " Cathecismo civico" e professor do Colégio Salesiano de Niterói 

 Ao longo da vida, ele inclusive se torna presidente do Clube de Engenharia por algumas vezes e, já na República, quando Albert Einstein vem ao Brasil, Agostinho estava na direção do clube e recepcionou Einstein.

O paraense também foi um dos finalistas, por exemplo, do concurso para a escolha do Cristo Redentor, apresentando uma proposta que acabou não sendo a vencedora. Propôs, ainda, projetos de moradia popular e pouco antes de falecer, conseguiu a concessão para a construção de uma estrada de ferro que ligaria Cuiabá, no Mato Grosso, a Santarém, no Pará. Fonte: O negro na formação da sociedade paraense: textos reunidos. Vicente Salles ·
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