A saga Harry Potter, como não é novidade para ninguém, é carregada de mensagens que nos exigem um mínimo de sensibilidade para compreendê-las. E um dos assuntos que a J. K. trabalhou com maestria, foi o bullying.
A personagem Myrtle Elizabeth Warren, mais conhecida como Murta Que Geme, estudou em Hogwarts na mesma época em que Tom Marvolo Riddle (entre 1940-1943), sendo mais nova que esse, aproximadamente, três anos.
Aluna da Corvinal, Myrtle Warren foi muito criticada por seu estilo físico. Aos 14 anos de idade, a garota, após ser caçoada pela aluna Olívia Hornby devido ao formato de seus óculos, acabou se escondendo no banheiro para chorar. Infelizmente, acabou morrendo, pois, mesmo não compreendendo no momento, havia olhado nos olhos do basilisco.
O mais curioso, é que ela se tornou um fantasma. Para quem não sabe, de acordo com o próprio livro, "Fantasmas são os espíritos de pessoas que faleceram e que tiveram medo da morte." A Myrtle Warren, de 14 anos, teve medo da morte. Muito provavelmente, ela tinha sonhos e planos para a vida, mas, por causa de algumas palavras ofensivas, acabou morrendo, sem ter ao menos uma chance de se defender ou pensar que morreria.
Hoje, repensando toda a saga, a morte mais triste, para mim, não foi a do Dobby, nem a do Dumbledore, Fred ou Snape. A morte mais triste foi a da Myrtle Warren.
Muito se fala sobre o setembro amarelo. Muitas são as pessoas que, por detrás da tela de um computador ou de um celular, são solidárias e empáticas. Muitas são as pessoas que, teoricamente, estão dispostas a ajudar o outro.
Hoje, infelizmente, fazemos exatamente o oposto, agindo como a Olívia Hornby, sequer medindo as consequências. Hoje, o que vemos cada vez mais presente nas pessoas, são sentimentos que assemelham-se ao da presença dos dementadores. Hoje, por falta de sensibilidade nossa, muitos escondem seus sentimentos sob a capa da invisibilidade e muitos desejam olhar nos olhos do basilisco.
Creditos: Marcos Chassim 💛 (Obrigada por esse texto incrível).
