Campinas, uma das cidades mais importantes do interior paulista
enfrentou nos últimos dias um cenário de intensas chuvas que resultaram em significativos estragos e transtornos para a população. A tempestade, acompanhada de ventos fortes, provocou alagamentos, quedas de árvores e interrupções em serviços essenciais, mobilizando equipes de emergência e deixando um rastro de desafios para a recuperação. Este artigo detalha os eventos, os impactos registrados e as ações de resposta das autoridades locais.
O Cenário da Tempestade
Na segunda-feira, 22 de setembro de 2025 , a região de Campinas foi atingida por uma forte
tempestade que se manifestou com grande intensidade a partir das 13.30 h. Os ventos
atingiram velocidades de até ,74,1 km/h, e o volume de chuva acumulado na cidade chegou
a ,55,6 milímetros, sendo o distrito de Barão Geraldo o mais afetado em termos de
precipitação .
Este volume representou o maior acumulado diário de chuva desde abril
de 2025 , marcando o fim de um período de cinco meses de seca na região .
A Defesa Civil de Campinas emitiu um alerta severo por volta das 13,56 h, avisando sobre a
aproximação de temporais com rajadas de vento e o risco iminente de queda de árvores e
destelhamentos. A previsão meteorológica indicava chuvas volumosas com maior
intensidade no período da tarde, o que se confirmou com os eventos subsequentes
Os efeitos da tempestade foram amplos e variados, afetando infraestruturas, serviços
públicos e a rotina dos moradores. As principais ocorrências registradas incluem:
Queda de Árvores
A Prefeitura de Campinas reportou um total de 50 quedas de árvores e cinco quedas de
galhos em toda a cidade. Destas, sete quedas de árvores ocorreram sobre a rede elétrica,
causando interrupções no fornecimento de energia. As regiões mais afetadas foram a Norte
( ocorrências), Leste 11, Sudoeste (8), Noroeste (8) e Sudoeste (7) . Em alguns casos,
as árvores caíram sobre veículos, como na Avenida Baden Powell e na Rua Roberto
Gonçalves Teixeira, onde dois carros foram atingidos
Alagamentos
Diversos pontos da cidade registraram alagamentos, transformando ruas em verdadeiros
rios e dificultando o tráfego. Os bairros mais atingidos por alagamentos de imóveis foram
Jardim Chapadão, Jardim Novo Flamboyant, Jardim Brasil, Cidade Satélite Íris e Jardim
Campo Belo.
Pontos críticos de alagamento em vias públicas incluíram a Avenida Princesa
D'Oeste x Moraes Salles e a Avenida Amoreiras x Avenida Prefeito Faria Lima [, ]. A
Estação BRT Piracicaba, no Corredor Ouro Verde, precisou ser desativada devido ao
alagamento, com as operações de embarque e desembarque sendo realocadas
Destelhamentos e Danos Estruturais
Houve registro de seis destelhamentos de imóveis em bairros como Vila Mimosa, Satélite
Íris I, Jardim Monte Cristo, Jardim Santa Lúcia e Jardim Cura D’ars. Além disso, um muro
desabou no Jardim São Pedro. A Escola Municipal Lázaro Gonçalves Teixeira, o Ginásio
Durval Gonçalves e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Higor Cesar Ramos de Camargo, no
Jardim Santo Antônio, também sofreram com destelhamentos e rachaduras
Interrupções em Serviços Essenciais
Saúde:
A Rede Mário Gatti teve serviços afetados. Os exames de Raio X da UPA São José
foram provisoriamente interrompidos devido a goteiras. No Mário Gatti, leitos e três
consultórios foram bloqueados, e no Hospital Mário Gatti, quatro leitos e um consultório
foram interditados. Centros de Saúde como Orosimbo Maia, Joaquim Egídio e Jardim São
Vicente registraram entrada de água, e unidades como Rossin e Satélite Íris sofreram com
falta de energia [, ].
Trânsito e Transporte:
Além dos alagamentos, falhas semafóricas foram reportadas em
vários cruzamentos devido à queda de energia. A Emdec mobilizou agentes para monitorar
o trânsito e orientar motoristas [].
Educação: Quedas de árvores sobre os Centros de Educação Infantil (CEIs) Ferreira da
Costa e Margarida Maria Alves foram registradas, mas sem impacto nas aulas [].
Abastecimento de Água: Em Vinhedo, uma queda de energia elétrica interrompeu a
operação das Estações de Tratamento de Água ETA e ETA , podendo afetar o
abastecimento em bairros da cidade
Ações de Resposta e Recuperação
As equipes da Prefeitura de Campinas, Defesa Civil, Emdec e outros órgãos atuaram
intensamente para minimizar os impactos e iniciar a recuperação. Equipes de Serviços
Públicos trabalharam na remoção de árvores e galhos, com prioridade para a liberação de
vias.
Profissionais também atuaram na limpeza e desobstrução de bocas de lobo [].
Para os serviços de saúde afetados, equipes de higiene e manutenção foram acionadas
para restabelecer a normalidade o mais rápido possível. A reforma do telhado do Hospital
Dr. Mário Gatti, inclusive, já estava em andamento e será crucial para evitar futuros
problemas
Previsão do Tempo e Alertas Futuros
De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura
(Cepagri) da Unicamp, a previsão para os dias seguintes indicava nebulosidade variável,
com possibilidade de chuvas durante a madrugada e melhora do tempo à tarde. No
entanto, a convergência de umidade ainda poderia resultar em pancadas de chuva e
temporais localizados, acompanhados de raios e rajadas de vento. As temperaturas
deveriam cair nos dias subsequentes devido à entrada de ar frio
Conclusão
As fortes chuvas em Campinas demonstraram a vulnerabilidade da cidade a eventos
climáticos extremos e a importância de um planejamento robusto para a gestão de crises. A
rápida mobilização das equipes de emergência foi fundamental para mitigar os danos e
iniciar o processo de recuperação. É essencial que a população permaneça atenta aos
alertas da Defesa Civil e adote medidas preventivas para garantir a segurança em períodos
de instabilidade climática.
Referências
Tempestade em Campinas: Ventos de 74 km/h, alagamentos e quedas Campinas registra maior volume acumulado de chuva desde abril, diz Cepagri Balanço da chuva: serviços da Prefeitura atualizam ocorrências e impactos em Campinas
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