Dia 11 de fevereiro teria sido muito especial para Isabel de Aragão!



Marca não só o dia do seu nascimento, em 1270 – pensa-se que em Saragoça –, como também a data do seu casamento por "palavras de presente" com D. Dinis (com o procurador do rei), que aconteceu em 1282, em Barcelona.

Aquela que será imortalizada como a nossa Rainha Santa foi a primeira filha do herdeiro ao trono de Aragão, Pedro III, e de Constança de Hohenstaufen. Terá sido criada até aos seis anos pelo avô Jaime I, rei de Aragão e denominado o Conquistador. Acredito mesmo que tinham uma relação especial, com muita admiração um pelo outro, era um avô quase pai, e foi emocionante visualizá-la na minha cabeça e escrevê-la.

Chega já rainha de Portugal ao seu novo país, em julho de 1282. Tem 12 anos. Mas só será mãe aos 20, de Constança, e no ano seguinte de Afonso. Sim, sim, o mesmo Afonso de que falei no post de ontem! (se não leu, corra a lê-lo!)

Morre em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336, numa tentativa de evitar a guerra entre o filho, já Afonso IV, e o neto, Afonso XI de Castela, que era filho da sua Constança. Foi beatificada pelo papa Leão X em 1516 e canonizada, a pedido da dinastia filipina, pelo papa Bento XIV em 1742.

Assim descrevi o dia do casamento, em que se torna uma das rainhas mais admiradas de Portugal:

“Isabel recitou numa voz segura, que se ouvia em todos os pontos da catedral apinhada de gente:
– Eu, Isabel, filha do excelente D. Pedro, pela graça de Deus ilustre rei de Aragão, dou o meu corpo como legítima esposa do senhor Dinis, pela graça de Deus rei de Portugal e Algarve, e o meu consenso ao sobredito matrimónio aos seus procuradores que aqui estão em nome do dito senhor rei de Portugal.
De olhos fechados, procurava a presença de Deus, pouco lhe importando o procurador que, ao seu lado, fazia as vezes de um rei que não conhecia, senhor de um reino onde nunca fora. Era dele e só dele que lhe viria a força e a coragem para deixar esta família que tanto amava, para se entregar de corpo e alma a um homem, para ser a mais dedicada das rainhas.
[…]
Isabel, levantando o véu que lhe cobria o rosto, sorriu para a assistência. Como que por instinto, levantou a mão e tocou na coifa da grande rainha do império sacro que o avô destinara a este dia, aliança do seu passado e do seu futuro, Rosa de Aragão, rainha de Portugal.”
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