A Resistência de São Borja à Invasão Paraguaia


Quando os Paraguaios invadiram o Rio Grande do Sul em 1865 a Vila de São Francisco de Borja resistiu ao exército numeroso do Tenente-Coronel Antonio de la Cruz Estigarribia. 

Após cerca de 4 horas de confronto chegaram ao local reforços do 1ª Batalhão de Voluntários da Pátria sob o comando do Tenente-Coronel João Manuel Mena Barreto, os quais encontraram os paraguaios penetrando na cidade. 1 400 invasores da coluna do cap. Diogo Alvarenga foram atacados a baioneta por duzentos soldados, comandados por Floriano Peixoto, futuro Presidente da República.

Um dos brasileiros de destaque no combate em São Borja foi o voluntário da Pátria Porto-Alegrense Luiz Antonio de Vargas. Conhecido como o Furriel Luiz de Vargas, ficou conhecido nacionalmente quando recuperou a bandeira brasileira da cavalaria paraguaia após ser capturada em combate. Vargas foi ferido gravemente na perna sendo obrigado a amputar após a Batalha em São Borja.

O ato de heroísmo do Furriel Vargas foi registrado na imprensa estrangeira e nacional.  

Foi decisiva a ação do 1° Batalhão de Voluntários da Pátria, sob o comando de João Manuel Menna Barreto, que salvou a população de São Borja dos soldados paraguaios:

 "A população estremecia de susto, e as ruas estavam cheias de povo. Este espetáculo comoveu o coronel Mena Barreto e determinou a atacar os paraguaios. Durante horas que fez frente ao inimigo, várias vezes, com diversas cargas, a vila de São Borja ficou despovoada". A decisão dos paraguaios de só tomarem São Borja após transporem o rio – com um contingente total de cinco mil homens, de que dispunha o seu exército – foi ocasionada pela impressão de serem estes heróis uma vanguarda do exército brasileiro. Disso se valeu o coronel João Manuel para efetuar, à noite, a retirada estratégica de todas as famílias sãoborjenses.

Mesmo após a desastrosa derrota na Batalha de Riachuelo, os soldados paraguaios seguiam avançando por terra em direção ao Rio Grande do Sul, sob o comando do Tenente-Coronel Antonio de la Cruz Estigarribia. Os Paraguaios tiveram que abandonar São Borja poucos meses depois devido a falta de suprimentos.

A Invasão de Estigarribia ao Rio Grande acabou no Cerco de Uruguaiana em Setembro de 1865 com a rendição de suas tropas na presença do Imperador Dom Pedro II

Atualmente os habitantes de São Borja realizam um tradicional evento que objetiva reconstruir cenas do combate travado em terras são-borjenses entre Paraguaios e Brasileiros. A encenação é composta por cerca de 40 integrantes, tendo representantes do 2° Regimento de Cavalaria Mecanizada ( 2°RC Mec) e da entidade tradicionalista Boitatá.

Fonte: Revista do Instituto Historico e Geografico do Rio Grande do Sul
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