A HISTÓRIA DE CAIO VIANNA MARTINS - O ESCOTEIRO MINEIRO QUE SE TORNOU UM HERÓI AOS 15 ANOS


Considerado como exemplo para todo o movimento escoteiro no Brasil, Caio nasceu em 13 de julho de 1923, no município de Matozinhos (Minas Gerais), e faleceu em Barbacena em 20 de dezembro de 1938, aos 15 anos.

Caio era um menino comum ao seu tempo, mudou-se para Belo Horizonte com a família aos oito anos, onde passou a estudar no Grupo Escolar Barão do Rio Branco até o 4º ano primário.
Ingressou no Movimento Escoteiro aos 14 anos, ao iniciar seus estudos em outra escola, o Colégio Arnaldo e Afonso Arinos, que patrocinava, na época, o Grupo Escoteiro Afonso Arinos.

A TRAGÉDIA 
No dia 18 de dezembro de 1938, o grupo organizou uma excursão de trem a São Paulo,  com 25 membros. Os escoteiros viajavam no vagão da 1° classe do trem noturno da Central do Brasil, que possuía no total onze vagões, quando, por volta das 2 horas da madrugada do dia 19 de dezembro, este se chocou com um trem cargueiro que vinha em sentido contrário, provocando até então o mais grave desastre ferroviário em território brasileiro, no qual morreram cinco e ficaram feridas 44 pessoas.
Caio, na época, monitor da Patrulha Lobo, recebeu uma forte pancada na região lombar durante o choque (que mais tarde revelou-se mortal), mas mesmo assim persistiu em ajudar os outros escoteiros que se reuniram para decidir a melhor maneira de agir. O primeiro passo foi a procura dos membros que não haviam sido encontrados até o momento, o lobinho Hélio Marcos de Almeida Santos e o escoteiro Gerson Hissa Satuf, encontrados já mortos.
Os escoteiros continuaram prestando os primeiros socorros a todos os feridos e fazendo uma grande fogueira para auxiliar as buscas e o trabalho de salvamento. Para isso, utilizaram todo material que tinham disponível, os colchões, cobertores e lençóis dos vagões-leito, confeccionando macas e abrigo para as pessoas mais feridas.
O acidente, que ocorreu entre as estações de Sítio e João Aires, próximo à cidade de Barbacena, só recebeu socorros às 7 horas da manhã do dia 19. A equipe de socorro transportou os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros, para um hospital em Barbacena. Como não havia macas para todos, e ao ver ao redor dele pessoas mais necessitadas, Caio Viana Martins recusou ser levado de maca, dizendo: "Um Escoteiro caminha com as próprias pernas".
Foi andando, junto a seus amigos, até a cidade, mas, ao chegar ao hotel, sentiu-se mal e foi levado à Santa Casa, onde veio a falecer, por conta do rompimento de vísceras e um grave derrame interno.
Caio Vianna Martins foi sepultado no mesmo dia, no cemitério de Bonfim, em Belo Horizonte, junto ao lobinho Hélio e ao escoteiro Gérson.
Pela sua coragem, Caio foi reconhecido como um exemplo a ser seguido, sendo posteriormente homenageado de diversas formas.
Em Juiz de Fora, foi-lhe erguido um monumento no parque central da cidade - Parque Halfeld. A estátua foi doada pelo Grupo Escoteiro Caiuás com o apoio do Instituto Granbery.
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